quarta-feira, 26 de maio de 2010

16

Quando Math iria responder, Angel o interrompeu dizendo:

- Deixa isso, já chegamos à escola.- Pegando a mochila voltou a dizer.- Vou indo na frente que preciso encontrar uma amiga.

Math não respondeu absolutamente nada. Ficou parado por um momento sem entender a atitude de Angel, ela parecia tão doce e em um instante ter sido a mais rude. Ele não poderia também culpá-la, talvez ele tenha tocado em algum assunto inacabado.

Às vezes pensamos que, o amor da nossa vida sempre tem que responder de forma que não nos machuque, achamos que o amor da nossa vida é aquele que deveria trocar todos os seus sonhos para viver os nossos. Pensamos que o amor da nossa vida, tem que viver tudo aquilo que vivemos, mas quando notamos que nada disso é verdade, já é tarde. A tristeza de ver partir quem amamos com tudo que podemos, e ir embora é tão triste que começamos a nos perguntar, o por quê, no que falhamos? E a resposta é tão simples: Amamos tanto as pessoas, que acabamos esquecendo de que elas são como borboletas, que se perderem suas asas, morrerão.

Math sentiu a compreensão de que o novo não é como o velho. Sentiu o cheiro que ficou a mesma sensação que doeu no peito, foi de impacto a volta para terra com a voz de Angel:

- Você não vem?

- Ah claro, claro. - Colocando a mochila nas costas e seguindo em direção da saída do ônibus.

Math viu Angel sair na frente com aquele leve trotear, que mais lhe dava vontade de correr e abraçá-la, porém, não tinha tamanha intimidade para fazê-lo. O tamanho da melancolia que tomava conta de Math era como sussurros que vinham do escuro de sua alma, ou comparado a uma chuva de vidros dentro de seu peito, cortando pedaço a pedaço aquele fio de sorriso.

É tão bom morrer de amor por alguém e continuar vivo. Mas isso não basta. Você sabe que não é o suficiente, porque quando se ama, é necessário morrer todos os momentos e ressuscitar em todos os segundos por alguém. Um breve momento é extinguível é esquecível e Math via tudo aquilo escorrendo pelos seus dedos, e aos poucos por seus olhos.

- A vida continua como a cada topada que já dei na vida.- Sussurrou o garoto.

O estranho é que aquele momento, mesmo que parecendo insignificante foi tão importante e marcante. Foi uma fagulha que acendeu uma chama que parecia nunca mais ter fim.

Math continuou seguindo de cabeça baixa e às vezes olhando entre os cantos, pessoas romanticamente se olhando, entre outros amores já vividos, se beijando. Às vezes é tão doloroso ver outras pessoas com seus amores e você sozinho ou até mesmo na ansiedade de não mais suportar viver só por aquilo. Mas cadê? Math estava só no inicio de uma louca ou talvez uma insana e dolorosa paixão.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

15

Quando o garoto estava indo sentar, soltando as mãos dos apoios de cima, o ônibus passou por um buraco que fez Math se desequilibrar e cair bem sentado ao lado da garota loira.
- Math ?.- Perguntou a garota.
- Angel?.- Perguntou também Math que praticamente estava com a cabeça no colo da garota. - Sim, ainda sou eu, haha!.- Respondeu a garota.
Que grande papel de bobo Math fez naquele momento, como podia ele achar que logo ali não seria Angel? Era obvio o seu lindo cabelo loiro que refletia como o sol sobre uma janela de vidro, sem dizer dos seus olhos verdes que mais pareciam duas pedras brilhantes que delicadamente iram se quebrar. Math ao se levantar e se ajeitar no banco, pode notar o leve traço da boca de Angel, que o atraia naturalmente. Ele queria tanto saber o gosto, queria tanto poder não só ficar olhando, mas segura-la pela nuca e lentamente tocar lábio a lábio, língua a língua, como se em um louco desejo de se jogar do alto de uma pedra, que pulasse caindo no infinito, sem morrer.
- Esta tudo bem Math?.- Perguntou Angel sorrindo e logo continuando.- Esses motoristas de ônibus as vezes se esquecem que existe pessoas dentro.
Math ficou por um tempo paralisado, como ele achava incrível a forma em que Angel comentava. Pensava "Mesmo dizendo algo bobo ela fica tão linda". Mas logo voltando a si, respondeu:
- Esta tudo sim.- E sorrindo volto a dizer.- É, verdade, são loucos.
Por algum tempo ambos se calaram. Angel realmente parecia um anjo, era tão bonito o seu olhar perdido pela janela a fora, observando o passar rápido das coisas, das casas e das nuvens que pareciam acompanhar seus olhos em movimentos.
O que dizer, em um momento em que olhar basta? O que seria mais interessante em todos os momentos da vida de Math, do que ficar olhando alguém que lhe deu o sopro de vida?
A cada olhar de Math para Angel olhando pela janela, era como milhões de fotos sendo registrada em sua mente. E a sensação de borboletas no estomago era como um gostoso deitar na areia da praia, bêbado.
Math observou que a mão de Angel estava por cima da mochila que levava no colo e sem se conter alisou rapidamente o dedo sobre sua mão.
- O que foi.- Perguntou Angel.
- Nada.- Respondeu Match.
Se calaram novamente, até que Math perguntou:
- Quantos anos você tem?
- Tenho 16 anos.- Respondeu Angel, e logo perguntando.- E você?
- Também.- Respondeu o garoto.
- Eu preciso te dizer uma coisa Angel.- Disse Math cujo coração quase saltou pela boca.
- Pode dizer Math.- Respondeu Angel com um olhar tão doce que Math não viu, mas se visse se derreteria.
- Eu sonhei com você.
Naquele exato momento, Math viu Angel se corar. Ele sabia que palavras são como flechas sendo atiradas em direção as pessoas. Como a pobre garota não se coraria? Math tinha a certeza de que toda garota por mais que negasse gostaria que algum rapaz sonhasse com ela.
Disfarçando a timidez Angel perguntou:
- Por que você mente?
E seu olhar de tímida começou a mudar para um olhar triste que ofuscava seus olhos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

14

Chegando ao ponto de ônibus Math se sentou e logo veio o tédio. Resolveu então começar a ler as tags escritas no ponto, que foram feitas com caneta, errorex e algumas até mesmo com chiclete. Havia diversos S2, entre palavrões sem sentido, que desinteressavam a compreensão.
Aquelas tags que antes eram interessantes se tornaram coisas chatas e repetitivas que sempre continham o mesmo intuito, declarações e coisas do tipo. Math podia ate acreditar que isso era uma coisa de idiota, mas não poderia negar para si mesmo a grande vontade que teve de escrever o nome de Angel e ao lado colocar um s2. Resolveu parar de ler e pegar o ipod que estava dentro de sua mochila para ouvir musica, na tentativa de esquecer a vontade de escrever. Colocando o fone e dando play no ipod, Math pode notar que a musica que estava tocando era Oxygen de Colbie Caillat, a musica começou a causá-lo um breve momento de nostalgia. O começo que dizia "Tornei-me parte de um mundo feito de pessoas mal humoradas" o fez lembrar de todos os momentos de sua vida, todos aqueles momentos em que via pessoas reclamando de tudo e de todos, que não ligavam para "quem" tinham na vida, apenas davam importância para "o que" tinham na vida. Math começava a olhar tudo em sua volta e conseguia enxergar muito mais verde as pequenas graminhas que saiam debaixo da calçada. Era incrível se sentir parte da musica, mas nostálgico realmente foi o momento em que Colbie Caillat cantou:

"Encontrei um garoto
Que tinha o sonho de fazer todos sorrirem
Ele era radiante
Eu desabei
meus pés como tijolos sob a água
Como eu poderia te dizer como me sinto?
Eu preciso de oxigênio"

Aquela foi a melhor forma de expressar toda a sensação que Math sentia por Angel. Ela era a garota que lhe trouxe o sorriso radiante, a simpática forma de fazê-lo rir e a melhor forma de desabar como pés de tijolos sob a água.
Math aos poucos foi tomando o gole da realidade quando notou que seu ônibus estava chegando. Entrando no ônibus olhou para o motorista que ao mesmo tempo também era o cobrador. O sujeito tinha uma cara oleosa e duas enorme marcas de suor de baixo do uniforme azul, a sua barba lhe dava aparência de malvado e asqueroso. Math pagou a tarifa e passou pela roleta, até que avistou bem de fundo alguém que o chamou atenção. Era uma garota loira, que tinha as mesmas semelhança de Angel. Math se sentou um pouco mais a frente, e ficou olhando a todo momento sem ter a certeza se realmente era ela. Pensava "se fosse a Angel, ela teria me chamado", "ou será que não?". Aquilo o deixava meio intrigado, ele não tinha a mínima certeza se era Angel, pois não conseguia olhar para sua face e para ajudar a garota estava todo tempo olhando para a janela.
Math resolveu então se levantar, seguiu bem mais próximo da garota que supostamente poderia ser a Angel. Mas o pobre garoto não tinha a coragem de perguntar, apenas ficava tentando observar na grande duvida. Math estava em pé de braços erguidos segurando nos apoios do ônibus. Math pensava, "acho melhor sentar, vão me achar um idiota em pé, com tanto lugar para sentar".

quarta-feira, 12 de maio de 2010

13

Depois que Math riu do modo que seu avô se referiu a barriga, ficou por um tempo em silencio e seu avô logo notou e perguntou:
- O que há meu garoto?
- Nada. Respondeu Math.
- Ah, vai esconder isso do seu amigão aqui?- Insistiu seu avô.
- Ainda não é tempo de comentar.- Disse Math.
- Então você me promete contar, quando for o tempo?- Perguntou seu avô.
- Com toda certeza!.- Disse sorrindo Math.
O garoto não sabia se era a hora certa de dividir aquele sentimento com mais alguém a não ser que tivesse toda a certeza do mundo. Isso era importante, como poderia ele dizer que amava e talvez de um tempo afirmar que só foi uma leve brisa do amor, isso seria muita infantilidade.
Ficaram conversando por mais algum tempo sobre coisas banais, que mesmo não sendo da importância de Math ele se sentia no dever de mostrar interesse. Até que olhou para o relógio e viu que já estava na hora de ir para escola, se levantando disse:
- Vô, tenho que tomar banho para ir para escola.
- Então vá, ficarei conversando com sua mãe.- Respondeu Sebastiam.
- Ok, te aviso quando for sair.- Disse Math indo em direção da escada.
Math subiu as escadas e já não podia esquecer os pensamentos que estavam sempre ligados a Angel. Ele olhava para o quadro de balas que tinha no corredor, e lembrava de doce e doce lembrava a voz de Angel. Entrando no seu quarto, olhou o espanador com penas e penas lembravam asas, que lembrava Anjos, que lembrava enfim o seu nome: Angel. Era uma loucura gostosa de sentir, era um vai e vem de palavras que se misturavam e sempre formavam Angel. Até pensava que essa paixão estava se tornando rapidamente um jogo de enigmas, aonde o objetivo era firmá-los nos lábios de Angel, pedaço a pedaço.
Mas logo após ter olhado o quadro e o espanador, balançou a cabeça e disse em voz alta:
- Uau estou ficando louco.- E rindo completou.- Ótimo.
Seguiu para o Banheiro feliz da vida.

Depois de ter tomado banho, se vestido e escovado os dentes, bagunçou o cabelo em frente ao espelho, que tinha um lindo penteado natural. Resolveu desligar o computador e descer para avisar sua mãe que já estava pronto para ir para escola.
- Mãe pode me levar?.- Perguntou Math
- Esta atrasado?.- Perguntou também sua Mãe.
- Não, não estou.- Respondeu Math, imaginando que ela não o levaria.
- Então pegue esse dinheiro e vá de ônibus. Tenho que conversar mais coisas com o seu avô e terminar alguns serviços.- Respondeu sua mãe.
Math não respondeu, claro que achou a idéia péssima de ter que ir de ônibus. Só que realmente ela não estava indo pela escola, mas sim por outros motivos, alias; uma única motivação, Angel.
Subiu para pegar sua mochila e depois descendo se despediu de sua mãe e de seu avô e seguiu em direção ao ponto de ônibus que ficava a duas quadras de sua casa. O garoto andava um pouco diferente dos outros dias, com a cabeça mais erguida, as vezes batia com o pé entre as elevações que existiam nas calçadas, se desequilibrando e logo rindo de si mesmo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

12

Math continuou deitado ate que seus olhos começaram a ficar embaçados, coçando-os olhou para o relógio e viu que já era muito tarde. Resolveu se levantar fechar a janela e ir dormir.

Depois de ter dormido o suficiente para se sentir bem, viu que no relógio já eram duas horas da tarde. Se levantou para ir ao banheiro lavar o rosto, se encarou no espelho e sorriu.
Voltando do banheiro se sentou no computador, até que ouviu a porta abrir.
- Seu avô esta vindo aqui.- Disse sua mãe.
- Ah, ok.- Respondeu Math.
Math tinha uma relação muito sadia com o seu avô. O considerava como o seu melhor amigo, aquele em que lhe fazia ter bons momentos juntos fazendo algo ou simplesmente nada. A relação passou a ser muito mais forte depois da morte de seu pai Henry. Seu pai morreu de um ataque cardíaco
a três anos atrás, foi uma época muito complicada para Math, mas que o ajudou a encarar as coisas com muito mais firmeza e enxergar a vida por muito mais saídas do que apenas a de se culpar por qualquer coisa que tenha feito. Isso fez também que valorizasse ainda mais a sua querida mãe. O nome do avô de Math era Sebastiam, era pai de seu pai. Creio que Sebastiam se aproximou mais do neto, para tentá-lo fazer se sentir mais seguro. Acredito que também tenha sido como algo mais próximo que restou de seu filho.
Math continuou navegando pela internet olhando algumas musicas e lendo algumas matérias em sites interessantes e é claro pensando se viria Angel mais tarde na escola.
Depois que passou algum tempo Math ouviu a campainha tocar, desceu correndo para atender. Quando abriu a porta viu um senhor barrigudo e sorridente, tinha a barba feita e o cabelo grisalho e os olhos eram castanhos que lembravam muito o de Math.
- Avô!.- Anuncio Math
- Haha, ainda me reconhece?.- Respondeu Sebastiam e rindo voltou a dizer.- Da um abraço aqui no seu velho.
Os dois deram um abraço forte de saudade, que sempre era o responsável por preenche aquele vazio dentro do peito de Math.
Math convidou seu avô para entra e se sentar no sofá. Ligando a TV perguntou:
- Com o senhor esta se sentido?
- Cada dia mais caduca, haha.- Respondeu seu avô rindo.
- Mas olhe até que não estou tão mal assim, não acha? .- E batendo na barriga, disse.- É acho que não esta la essas coisas, haha.
Math caiu em risos, mas ainda sim preocupado.
O avô de Math era sempre bem humorado e trazia alegria para vida do garoto. Mas ultimamente Math notou que seu avô, andava meio abatido. Mas sempre que perguntava ouvia sempre as mesmas respostas de que estava ótimo.
O que fazia realmente Math gostar de seu avô era o fato de saber que ele era uma pessoa de cabeça aberta, era o que o incentivava a sonhar e viver grandes amores. Seu avô sempre dizia:

"Se lhe derem motivos para não sofrer, então não sofra. Mas se lhe derem motivos para não amar, então questione esses motivos."

segunda-feira, 10 de maio de 2010

11

Ficou por mais algum tempo navegando pela internet até que resolveu descer e comer algo. Chegando a cozinha viu que sua mãe já tinha ido dormir. Ela tinha feito um bolo que realmente estava com uma cara deliciosa e um suco de laranja tão gostoso que só de olhá-lo deixava Math morrendo de sede.
Depois de ter se alimentado, notou que por um tempo seus pensamentos tinham se desconectados de Angel, mas até lembrar disso, passou a ficar a madrugada toda pensando na garota.
Era um tanto que desajeitado a forma que pensava, uma mistura de pensamentos mal organizados que refletiam em "Será que ela ira amanha?" ou "Quero muito ir para escola". Math era realmente bipolar, um dia atrás mal queria se levantar da cama e ir para escola e hoje é como se realmente tivesse toda a motivação do mundo possível para cometer esse ato diariamente.
Voltou para seu quarto e tentou dormir e se revirando para todos os lados da cama desistiu, resolveu então ir até a janela e olhar o céu. Math tinha essa mania de se desprender de tudo apenas olhando o céu. Mesmo com a escuridão a lua refletia nas pequenas nuvens que teimavam em esconder as brilhantes estrelinhas, só que o garoto sempre encontrava uma ou outra que até dava a impressão de estar sorrindo para ele.
Observando o céu Math juraria de joelhos que sentiu uma estrela lhe perguntando no pensamento:

"Se você fosse capaz de voar, até aonde voaria agora?"

Math poderia até negar para si mesmo, mas o que realmente valeria era o que veio em imediato em sua cabeça "A casa de Angel". A madrugada era um verdadeiro copo transbordando paixão. Aquela euforia com ansiedade que não deixava Math fechar os olhos e dormir, chegava até ser muito mais gostosa de se sentir do que a dor maravilhosa de se fazer uma tatuagem.
A lua bem no alto chamou muito a atenção de Math, tinha um ar cabisbaixo e triste. O garoto pensava "Poxa lua, por que me olha assim tão triste?" e sem respostas pensava que mais triste ainda ela ficava. Com os braços apoiados na janela comentou:
- Devo te entender, é como você se sente quando não vê o sol ou por ficar tão longe dele.- Passando a mão entre os cabelos e caindo lentamente para a cama sem perder a lua de foco, volto a dizer.- É como o sorriso que vi ontem, estava lá para mim. Como o sol esta para você. Só que eu não o podia tocar, como você lua, não poderia tocar o sol.
Aquela palavras soavam tão tristes e com sentimentos, que seria capaz de nascer uma flor no mundo com a lagrima de cada ser humano que a ouvisse.
Nunca teria visto a não ser por Math, uma conversa tão intima com a lua, o garoto parecia fazer aquele momento como o único de todo o mundo, é como em especial que as nuvens lhe dessem o privilegio de ter a conversa com a triste e solitária lua.

10

Math tentou pronunciar algo, mas Angel com o dedo indicador tocou delicadamente seus lábios, dizendo:
-Há momentos em que não é necessário dizer uma única palavra. Então não me diga o que eu já sei.
Math ficou impressionado com a habilidade de Angel lhe dizer o que era certo fazer e ele realmente sabia que o que era necessário, não seria dizer para Angel que a amava, isso transbordava em seus olhos de imediato.
Angel retirou o indicador de seus lábios, segurando a sua mão lhe deu um abraço, mas um abraço tão confortável que se sentiu em seu porto seguro.
- Fica aqui comigo?.- Disse Angel sussurrando em seu ouvido.
- Para sempre?.- Perguntou Math.
- Sim.- E o abraçando mais forte continuo.- Para todo sempre.
- Eu fico.- Disse retribuindo delicadamente aquele abraço confortável.
Math sentia seu cheiro como se fosse a melhor essência do mundo e estar com a face ao lado da de Angel o fazia perder o sentido ou nem se quer sentir seus pés tocando o chão.
- Promete?.- Perguntou ela.
- Com tudo que posso.- Respondeu o garoto.
E tudo aquilo foi se afastando, como se algo o mostrasse que não fazia parte da realidade aquele momento. Primeiro sentiu Angel sumir sobre seus braços e as paredes ao seu redor se desfaziam de pó em pó. Sentiu como se estivesse caindo, mas caindo como uma leve pena que brincava com o vento ate delicadamente tocar o chão. Math tinha despertado.

Depois de ter acordado, olhou para o relógio e notou que tinha dormido mais ou menos umas duas horas. Dormiu tão bem que resolveu continuar deitado na cama olhando para o teto de seu quarto, imaginando como se tudo o que sonhou fosse uma coisa real. O garoto estava tão bobo que quando sua mãe o chamou para comer algo, respondeu com as seguintes palavras:
- Já estou a ir mãe querida.
Se Math pudesse ver a expressão da face de sua mãe quando fechou a porta, morreria de vergonha.
Math se levantou e como de costumo sentou-se em frente ao computador, resolveu então colocar uma musica que correspondesse a sensação de seu coração. Não sei bem ao certo dizer qual musica era, mais soava com a doce voz de Colbie Caillat.
Respirando fundo entrou em um site de relacionamento, do qual mantinha adicionado todos os seus amigos e parentes.
-
Que legal, nenhuma mensagem.- Comentou para si mesmo.
Ele gostaria de ter pego o profile de Angel, só que estava tão vidrado na garota que ao menos teve cabeça para pensar isso.

domingo, 9 de maio de 2010

Capitulo 2 - O sonho

O SONHO

O garoto lentamente se desconectava de tudo e sentia seu corpo levemente a flutuar sobre as harmonias de uma musica que tocava de fundo. Math olhou ao seu redor sem entender muito bem e viu um quarto que em suas quatro paredes estavam tomadas por poesias rabiscadas com giz de cera azul, entre outras giz de cera rosa, amarelo e verde. Se aproximando da poesia escrito em rosa leu em voz alta:
- Da tua própria pele eu não quero nem se quer um pedaço. Ela que se desfaça e se refaça mil vezes que nem ligarei. Entenderei quando for o tempo de entender,
chorarei quando for tempo de chorar, só que na verdade quando falo de te amar, meu quando se torna sempre e da tua alma eu me torno parte, me desfazendo e refazendo em você.
Math se sentia cada vez mais preenchido e com mais vontade de ler as poesias. Logo abaixo da que ele tinha acabado de ler, estava ainda em giz de cera rosa um pequeno escrito que dizia:

"Eu vou se você me chamar. E mesmo se nos perdermos no caminho, será contigo."

Math estava dopado de nostalgia, queria saber quem era o responsável por escrever todas essas coisas. E se levantando procurava entre as poesias assinaturas, não conseguiu nem se quer
achar a sigla do nome de alguém. O garoto notou que no quarto não havia porta e nem janelas, apenas 4 paredes brancas escritas com poemas que o embriagavam de paixão. Sentiu uma vontade súbita de se deitar e quando o fez, notou que o céu estava a mostra azul e com poucas nuvens, o lugar não tinha teto.
Ficou por um tempo deitado e seus movimentos lhe davam a sensação de estar flutuando. O garoto sentiu um leve sabor de paixão que lhe passava ao nariz, e a fome de se fartar de um apaixonante pedaço de coração, lhe dava borboletas no estomago. Match sabia que não era a fome de se alimentar como comida, mas a vontade de se alimentar com a alma e a presença de alguém, como se fosse quase impossível viver sem isso. Só que em sua mente lhe fazia perguntas do tipo "Por quem?" e "Por que?".
- Eu não sei responder.- Disse Math
Ate que sentiu uma leve mão cobrir seus olhos e uma adocicada voz a dizer
- Então não as responda.
- Quem é?- Perguntou o garoto.
-
Sou quem lhe deu vontades.- Respondeu a doce voz.
Math começou a pensar e repetidamente o timbre da suave voz lhe tocava aos ouvidos e o garoto não hesitou em dizer:
- Angel?
- Ah assim de primeira?.- Respondeu a voz, tirando suavemente a mão de seus olhos.
Math se levantou e seu coração começou a disparar rapidamente, como se nunca tivesse visto Angel. Começava a observar silenciosamente o seu lindo cabelo loiro e a leve tonalidade branca de sua pele que dava um lindo contraste aos seus olhos verdes.

8

Logo após de descerem as escadas andaram mais um pouco ate chegarem a porta de saída da escola.
- Bem, acredito que seja aqui a hora de dizer adeus.- Comentou Math.
- Adeus? é uma palavra forte se nos veremos amanha, não acha?.- Disse Angel.
Naquele momento Math gostaria de ter dito, "Se eu não morrer pela tua ausência, adeus seria o suficiente para expressar essa tristeza de te ver ir e não suportar."
E sem que Angel pudesse ler seus pensamentos, Math sorriu e a deu um beijo no rosto de Angel dizendo:
- Então digo: até amanha.
E delicadamente Angel devolveu o beijo no rosto de Math, dizendo:
- até.
Math sentou na pequena escadaria da escola e ficou observando Angel ir embora.
Pegou o celular para ligar para sua mãe, mas ficou segurando um tempo em sua mão até que perdesse Angel de vista.
Era estranho a sensação que Match sentia, não queria que ela partisse, mas ao mesmo tempo se consolava com a teoria de que era tudo muito novo e que logo passaria. E se não passasse? Como Math suportaria ver Angel partir todos os dias ate que sumisse de sua vida de uma vez?
Uma coisa era certeza, Angel lhe trouxe a fagulha que reacendeu a vontade de ir para escola, a vontade de se arrumar com mais capricho, o sopro de embriaguez que seu coração precisava para se inspirar por outro coração. A sensação de querer se sentir de outra pessoa, mantinha Math conectado consigo mesmo, é como se fosse capaz de morrer todos os dias só para sentir o gosto do que era renascer em si mesmo.
Logo após que sua mãe o buscou na escola e fez aquela leve sessão de perguntas cotidianas do tipo "Como foi o primeiro dia na escola?" ou "Conheceu amigos novos?" entre outras, Math se deitou na cama com as mãos atrás da cabeça e olhando para o teto como se pudesse ver através o céu nublado; adormeceu.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

7

Seguiu para a sala de aula e o tempo passo igual um sopro. Sentou na sua carteira e decidiu não mais olhar para ela, mesmo isso sendo muito difícil. Math estava chateado, ele achou que ela o ignorou de propósito, só que no fundo ele ainda tinha suas duvidas desvairadas.
Ficou sentado cutucando o seu coração com momentos melancólicos
e lembranças dolorosas de sentir. Se passaram algumas horas, entraram professores de outras matérias, mas nada que Math tivesse se dedicado para saber do que se tratava.
Era estranho a sensação que Math sentia, era uma mistura de querer e não poder ou o de querer e não ter o por que de fazer.
Enfim o sinal tocou e era hora de partir para casa. Math se levantou pegou seu material e colocou na mochila, viu lentamente e ao mesmo tempo sorridente a garota passar.
Se conteve por segundos, até ir para cima dela como se fosse a devorar.
- Oi, desculpe por ter sido um tolo e não ter te dado toda atenção que merecia.- Disse Math com firmeza
- Mas que bobagem,
não se preocupe com isso.- Respondeu a garota com um sorriso lindo.
- Então me diga, qual é o seu nome?.- Perguntou Math
- Ah você vai rir de mim!- Respondeu ela toda vermelha.
- Prometo não rir.- Disse Math rindo sorrateiramente.- Não creio que seja tão assustador assim.
- Mas acredite, talvez não assustador, mas bem místico.- Entre sorrisos respondeu a garota.
- Não me mate de curiosidade me diga.- Disse Math.
- Ok, tudo bem.- Respondeu a Garota.
- An.... Angel.-
Disse ela entre lábios.
- Você ta brincando ou eu entendi errado?. Duvidou Math.
- Ah por que eu mentiria?- Angel questionou em um tom irônico.
- Por que se o seu nome realmente for esse, estou encantado.- elogiou em forma educada o garoto.
Match conseguia ver nos olhos de Angel um brilho inigualável ao brilho das estrelas. Parecia que simples palavras fizessem o efeito de mil poemas derrubados em seu coração.
Angel sorriu com as bochechas vermelhas, ate que perguntou:
- Por que tanto encanto no meu nome?
- Antes fosse apenas ele, mas teu sorriso também tende a me cativar.- Respondeu Math com toda a coragem que um ser humano poderia ter.
Math sabia que aquilo estava se tornando uma brincadeira de sentimentos, mas não era uma brincadeira de mal gosto, era o que seu coração falaria se tivesse boca. Então pensou o por que de se privar de dizer o que realmente tinha que ser dito? E no momento até pensou "Se Angel tivesse o poder de ler minha mente, veria o quanto realmente estou encantado por ela"
Ate que seus pensamentos foram interrompidos pela adocicada voz de Angel:
- Para de ser bobo, não brinca com o que não pode suportar.
Math resolveu então se calar e sorrir.
Como poderia Angel dizer que ele não poderia suportar? Quis ate dizer que para conhecê-la suportaria todas as suas duvidas e medos. Mas será que realmente era disso que Angel se referia?
E em silencio os dois saíram pela sala e começaram a descer as escadas, sem palavras apenas se comunicavam por sorrisos e olhares misteriosos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

6

Chegando ao pátio da escola, viu diversas pessoas que matavam a saudades e que também já discutiam, comiam, sorriam e todas essas coisas que pessoas felizes fazem ou não.
Math ficou observando e tentando encontrar alguém que conhecesse, para que não ficasse sozinho em pé e que todos o olhassem como um boboca. Desistiu. Resolveu então seguir mais um pouco pelo canto perto do bebedor e se encostar na parede, colocando as duas mãos dentro dos bolsos da calça jeans. Math se sentia muito confortável com calça jeans e gostava de usar quase todo o tempo. Mal ele sabia que muitas garotas achavam um charme a forma em que se encostava na parede com uma perna apoiada no chão e outra levantada com a sola do pé encostada também na parede e é claro o charme das mãos nos bolsos.
Se passou alguns segundos e tudo que Math queria era saber aonde estava a garota da sua sala. Ficou procurando, olhando e as vezes disfarçava quando a via sentada conversando com algumas outras garotas. A garota notou os disfarçados olhares de Math e começou a encará-lo com delicadeza. Os olhares se enfrentavam de uma forma de desejo intenso, que nem mil palavras conseguiriam descrever aquele momento. Era questão de segundos, mas para Math lhe soava como horas e horas. Até poderia dizer que em todas as vezes que Math se pegava olhando os olhares da garota, tinha a sensação de que ambos se atraiam, mas em segredo absoluto. Isso era mágico. "Eu poderia dizer o tanto quanto me sinto dela sem realmente ser" pensou Match com a ânsia de querer ir dizer.
- Eu vou.- Sussurrou.
Mas dentro dele a sua parte medrosa lhe tirava a coragem "Vai dizer o que?"
- Vou dizer que ela me atrai.-
continuava a se encorajar.
E ao monologo consigo mesmo pensava "Haha como eu sou bobo e se ela rir de mim?"
Math ficou pensando coisas e mais coisas, como as do tipo "Ela vai me achar um verdadeiro babaca se eu disser isso", "Ou um louco, quem é que fica todo bobo só por um sorriso e um olhar?"
- Ta, eu sei que fico.- Falou em tom baixo para si mesmo.
- Mas que droga, eu quero muito ir.- Continuou ele.
E quando tomou a atitude de ir, o sinal do intervalo tocou.
E aliviado pensou enganando a si mesmo "Ah que pena, deixa para mais tarde"
Math sabia que aquilo foi uma desculpa descarada para convencer a si mesmo de não cometer algo que ele julgava como loucura. E naquele momento ele lembrou algo muito importante do poeta do amor:

"Nossas duvidas são traidoras e nos fazem perder o bem, que com freqüência poderíamos ganhar, se não fosse o simples medo de tentar"

Ficou pensando sobre aquela frase e encostado na parede viu a garota passar bem próximo. Decidiu chamá-la.
- Ei, ei.- Disse ele na tentativa de chamar a atenção da garota.

Match não sabia o nome da garota e infelizmente ela passou sem ao menos ter percebido que ele o chamava.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

5

Logo após ter saído do banheiro, notou a imensa vontade de voltar para sala de aula. Bem que Math não queria admitir, só que por dentro ele sabia o real motivo.
Voltando para sala e sentando em sua carteira, ficou por algum tempo rabiscando a parte de trás do seu caderno até que o sinal tocasse e a professora saísse. Math sabia que ali em plena sala de aula e com a presença da professora ele não conseguirá ter a oportunidade nem se quer de se aproximar daquela garota que o deixou encantado.
Ficou pensando em até trocar de lugar para ficar mais próximo dela, só que daria muito na cara, então decidiu realmente não tentar, pelo menos não naquele momento. Começou a se concentrar na matéria, notou que agora estava na aula de português e a professora era um tanto que estranha; gordinha com longos cabelos ruivos e com pequenas sardas espalhada pela face, vestia uma calça jeans apertada que até dava a impressão que ela iria explodir e se não fosse pelas orelhas arredondadas, Match pensaria que ela era um Hobbit.
E assim se passou mais uma aula cansativa até tocar o sinal para o intervalo. Os alunos foram se levantando e Math não ficou surpreso de não ver todo mundo sair correndo, isso só acontecia na sua deprimente vida estudantil na época do ensino fundamental "O tempo cruel" pensou Math dando uma breve risadinha sem notar que a garota do sorriso mais lindo estava passando pelo seu lado. Ficou vermelho no ato e foi surpreendido com uma voz doce e suavemente admirável:
-
Você também Ri sozinho?- Disse a garota que logo sentiu uma grande vontade de rir.
- É, o, é, acho que sim.- Respondeu Math todo desajeitado.
Nossa ele não conseguia acreditar, como que poderia na sua existência achar que logo
a garota que o cativou iria puxar assunto. "Tudo bem, ela não é um monstro e não vai me morder" imaginou Math tentando se encorajar para continuar o assunto.
- A tudo bem, eu também sou as vezes só sorriso sozinha.- Continuo a falar a garota.
- Haha.- Riu Math meio sem graça.
Que bobo, ele estava em uma pura nostalgia da qual ele não conseguia responder. Parecia que todos os seus músculos tinham travado, que naquele momento a respiração de garoto fosse muito mais audível do que qualquer outro barulho ao seu redor.
E assim terminou a conversa, ela passou ao seu lado com um lindo sorriso que realmente seria capaz de transformar uma flor murcha em uma linda rosa a desabrochar.Ao vento seu cabelo loiro lhe tocou os ombros, era fascinante o cheiro adocicado de seu perfume que lhe fincou na memória, na alma em todo o seu corpo que estava a estremecer loucamente.
Match ficou parado ainda por alguns segundos se culpando por nem ao menos ter perguntado o seu nome, não tinha a coragem de correr atrás dela e começar a puxar outro assunto. Aos poucos Math foi voltando do céu direto a terra e a doce nostalgia que lhe cruzava em leve ao sonhos o devolveu a realidade da escola.
- Bem, hora de ir comer algo.- E balançando a cabeça como se estivesse voltando em orbita, partiu em direção a lanchonete da escola.

4

Saindo pela porta da sala de aula, Math continuou seguindo pelo corredor olhando os próprios pés. A cabeça estava bem longe, gravado o ultimo sorriso que ficou estampado na alma, no coração. Continuou caminhando lentamente e pensando em todos os seus outros relacionamentos e isso foi uma tristeza súbita no seu coração. Era uma dor, o exato silencio dentro de si mesmo, foi como olhar para aquele corredor vazio e sentir o coração exatamente igual. Math não sabia explicar de onde vinha tanta falta e vazio, mas ele tinha a certeza de que isso também não precisaria ter a mínima explicação.

- Abalaram a minha estrutura.- Sussurrou Math descendo pela escada.

Chegando ao banheiro se olhou no espelho e não achou nada interessante que lhe comprovasse a atenção da garota. Com as mãos sobre a pia, abaixou a cabeça e ligando a torneira molhou a face, molhando seus cachos perto da testa.
Math costumava raciocinar bastante, gostava de sentir a mais tristes de sua melancolia até os melhores momentos sorridentes de sua vida. Costumava dizer
que o "Sentimento era uma dádiva da vida". Mesmo sabendo que muitas pessoas não sabiam como administrá-los ou como vive-los intensamente, nunca achou que isso realmente fosse fácil, mas ele o sabia como fazer bem.
Passados alguns segundos, entrou no Box do banheiro, abaixou a tampa da privada e se sentou apoiando os dois cotovelos sobre os joelhos e apoiando a face sobre as mãos, entrou em reflexão. O que Math raciocinou naquele momento realmente foi algo intenso, diria eu um verdadeiro poema escrito na alma:

"Não quero fazer da dor milhões de pedaços do meu coração. Sei que pertenço a tudo aquilo que nada o quebra, fora isso só eu, por mim choro. O engraçado é que nasci e nunca procurei o propósito disso. Mas agora quero saber sobre o que é amor? o por que de amar? Eu nem me quero mesmo, sabe? Cansei disso, há tempos falei para mim mesmo, mas talvez nem sabia quem mesmo eu era. Ou quem eu sou? Também nem me importa: A vontade de saltar e SIM, me preocupar aonde vou cair me incomoda, me deixa em mil estradas das quais nem sei para onde vão e também nem quero ir, sabe? Nem tenho o por que ir, há quem me motivava ficou lá para trás, "e olhar em todos os lugares e não encontrar quem eu quero é triste" ouvi uma vez por ai e compartilhei isso. Mas quero algo que me faça ver tudo que faço me lembra cada traço, e de todos os lugares que ando insisto em ter a presença de alguém. Aquele sorriso foram quatro mil facas entrando centímetros a centímetros dentro do meu corpo sem que eu pudesse ao menos reagir. O mundo continuava a girar, e todo tempo é meu tempo, o de correr, o de lembrar o de sorrir. Mas por que ainda sim, é sempre dentro de mim mesmo que me rasgo só para achar a lembrança do seu ultimo sorriso? É tanta dor, é tanto vazio... que passo a acreditar que o amor morreu."

Math não entendeu o tamanho daquela reflexão que veio como um sopro da mente direto pro coração. Mas o desanimo de tudo também não lhe davas força para procurar entender. Se levantou e lembrou que ainda estava em aula, mesmo sem perceber que essa breve reflexão que parecia horas durou nem se quer mais que dois minutos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

3

A sala estava uma euforia, vozes com risadas, cumprimentos e todas as coisas do tipo que alunos fazem quando ficam um longo tempo sem se ver. Mas de repente todo mundo ficou quieto e o silencio predominou no ambiente.
A professora entrou na sala de aula, era uma senhora que aparentava aproximadamente ter setenta anos, tinha cabelos brancos e a pele bem enrugada pela idade. Mas ficava bem claro através de seus olhos castanhos que muita vida havia dentro dela e isso era tão intenso que a primeira frase que ela disse ao chegar na sala de aula foi:

- Aquilo que não puderes controlar, não ordenes.- E sacudindo a cabeça ela volto a dizer.- Sócrates.

Aquela frase não fazia nenhum sentindo para Math, também ele nunca precisou usá-la. A única certeza de que Math tinha é que seria uma longa aula de filosofia.
Mesmo que Math fosse interessado por filosofia, aquele momento não era o certo para ouvir toda a ladainha da professora, droga: ele estava loucamente vidrado na forma em que a garota mordia a ponta do lápis. A cada gesto que ela fazia, era como se ele fosse atingido no peito cada vez mais por muitas flechas do cupido. Pensou ele "Não eu não posso estar apaixonado", "Eu nem a conheço", "Nunca conversei com ela", "Eu só devo estar admirado", "É só admirado". Era claro que ela não tinha notado ele ou ao menos não tinha percebido a sua existência na sala de aula.
Match era um garoto bem extrovertido e cheio das vontades, ele sempre foi simpático com as garotas e seu sorriso realmente cativou algumas meninas, sem que ele soubesse. Só que ele nunca achou isso, sempre pensou, "Sou apenas um garoto que sei bem o que quero", "Sou apenas um menino que gosta de rir de tudo, de todos, até de mim mesmo". Só que mal sabia ele que tinha uma reputação de boa pinta na escola, principalmente entre as meninas novas.
Depois de um tempo viajando sobre a linda garota da qual ele não sabia o nome, Match sentiu suas pernas dormentes e resolveu se mexer um pouco na carteira, que sem querer fez um barulho muito alto e fez toda a sala de aula olhar para ele.
- Hehe, me desculpem.- Disse Match parecendo um pimentão de tanta vergonha.
Depois de ver o olhar da professora que lhe fitava nos olhos, olhou para a linda garota loira de olhos verdes e que para acalmá-lo o respondeu com um lindo sorriso.
Pronto, isso acabou com o garoto. Sentiu o coração bater mais rápido, não sabia como responder e meio sem jeito deu um sorriso que foi de lado a lado do seu rosto.
- Quer ir ao banheiro menino?.- Disse a professora com a voz rouca.
- Na verdade quero ir sim professora.- Respondeu Math
- Então vá rapaz, mas depressa.- Ordenou a professora.

Math se levantou meio desajeitado, com o olhar fixado na garota. Ela o olhou e deu mais um sorriso, suas pernas bambearam e ele quase desmaio, mas continuou firme e seguiu em direção ao banheiro.

2

Se aproximando cada vez mais da entrada, já começou a notar algumas faces novas. Acenando para alguns velhos amigos e outros apenas conhecidos. Mesmo com tantas pessoas que já conhecia e conversava nada lhe dava o animo de continuar a seguir pela aquela porta, que na verdade ate o arrepiava só de chegar perto. Parou por alguns segundos em frente a porta ate ser empurrado por um idiota do terceiro ano.
- Sai da frente o loco.- Disse o infeliz que se achava o maioral.
Math ficou calado sabia que não seria nada inteligente arrumar briga com aquele ser humano, se é que podemos chamá-lo assim.
Recuperando o fôlego ele seguiu adiante, entrou na escola e olhou aquele monte de gente amontoada no painel procurando as suas classes.
Math até pensou "que bando de animal", mas logo notou que teria que fazer parte dessa manada para não ficar para fora da primeira aula. E assim ele caminhou até aquele grupo de gente que se esbarravam, procuravam, reclamavam por não terem pego a sala do mesmo amigo, outras choravam por terem ficado sozinhas em classes com pessoas novas, era uma verdadeira loucura.
Math depois de ciscar por ali, entrar por baixo do braço de outro, conseguiu chegar ao painel e encontrar a folha que estava
com o seu nome.
- A legal to no segundo A.- Disse um garoto do seu lado.
Math olhou para conferir no papel e realmente também fazia parte do segundo A. Naquele momento olhando bem para o garoto até pensou que seria muito legal ficar longe dele, mas aos poucos viu que ele não era tão imbecil assim.
Depois de esbarrar em um, passar no canto empurrando outros, ele conseguiu sair daquela aglomeração.
Subiu para o primeiro andar e viu aquele corredor lotado de pessoas, acho que realmente eram pessoas, sim, sim, eram realmente pessoas.
Então seguiu olhando para cada numeração que tinha na parede do lado da porta. Passou pelo primeiro A, primeiro B.... ate que enfim chegou a sua classe, segundo A. Entrando na sala viu que todos os lugares da frente estavam ocupados pelas pessoas mais estudiosas e indo em direção a carteira que ficava no canto esquerdo da parede, começou a reconhecer algumas faces. La estava o velho Ricardo que sempre ficava na sua classe, a estranha da Carla que era fascinada por matemática, o Henrique que adorava falar de futebol (alias o papo dele era só sobre futebol) e sentando na carteira que escolheu viu mais algumas faces conhecidas ate que parou em uma que jamais tinha visto pela escola antes, ela tinha um olhar diferente, um olhar que realmente lhe atingiu em cheio, sua franja lisa e loira cobria suavemente a sua testa, realçando o brilho dos seus olhos verdes . O traço da sua face era delicadamente desenhado e se seu lábio pudesse ser definido Math diria que é como olhar para uma noite sem nuvens e com o céu completamente cheio de estrelas brilhantes. Por um segundo parou igual um bobo, mas riu de si mesmo. A tempos ninguém nunca lhe fez se sentir assim, um garoto realmente bobo e admirador.

Primeiro Capitulo - Primeiro dia de Aula

Segunda feira quatro horas da tarde estava ele deitado em sua cama com a sensação horrível de ter que ir para escola. Nada o motivava, não tinha razões para se levantar, alem do mais seria o primeiro dia de aula, pessoas novas ou talvez as mesmas pessoas dos anos passados.
- Ai ai. - Suspirou ele como se nada mais o animasse. - Por que o tempo não para? Simplesmente ele poderia parar, simplesmente poderia quebrar e parado continuar.
É, mas ele sabia que o tempo não poderia parar, como também sabia que faltava apenas duas horas para ir tomar banho, se trocar e seguir o velho caminho da sua velha e odiada escola. Ficou ainda por algum tempo virado com a face para o travesseiro esperando que caísse direto no sono e sua mãe o esquecesse de chamar. Engano, logo de fundo ele ouve a porta abrir e uma voz lhe dizendo com autoridade:
- Math levanta e se arruma, escola hoje se esqueceu?
Ele virou olhando para porta e viu sua mãe. Uma mulher madura que aparentava aproximadamente ter quarenta anos que trazia uma simpatia junto com o seu cabelo liso e loiro, sua face delicadamente enrugada, com um olhar doce e um sorriso mágico de bondade.
- Ok, já estou indo. - Disse o garoto, sem o mínimo animo.
Ouviu a porta se fechar e se levantou, sentou no computador viu algumas mensagens de pessoas que já estavam off-line no Messenger, mas nada interessante. Assim então, resolveu ir para o banho e encarar de vez ter que ir para escola.
Depois de ter tomado banho e ter se arrumado, desceu rapidamente para comer algumas bolachas que estavam no armário. Faltando apenas quinze minutos para entrar na escola sua mãe o apressa:
- Vamos Math, tenho que voltar logo para terminar alguns serviços.
- Estou indo mãe, calma. - Responde Math.
Math era um garoto novo de dezesseis anos que raciocinava para os problemas como alguém com a idade muito mais avançada que a sua. Tinha o mesmo sorriso mágico de bondade como o de sua mãe, seus olhos castanhos se destacavam diante de seus cachos suavemente longos.
- Pronto peguei minha mochila.- Disse o garoto.
- Então vamos indo.- Respondeu a sua mãe, esperando o garoto passar e logo em seguida trancando a porta de casa.
Entrando no carro e indo em direção a escola Math pode olhar através da janela o tempo nublado e já escurecendo.
- Que tempo horrível.- Confirmou o que via o garoto.
Sua mãe apenas confirmou com a cabeça, parecia estar preocupada demais com o trabalho para ter argumentos uteis.
Depois de dirigir por quatro km de sua casa eles chegaram na frente da escola.
- Beijos boa aula. Disse a mãe de Math com um sorriso que realmente era magnífico.
- Ok, te cuida mãe. Respondeu o garoto, descendo do carro e caminhando em direção a entrada da escola.

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