quarta-feira, 26 de maio de 2010

16

Quando Math iria responder, Angel o interrompeu dizendo:

- Deixa isso, já chegamos à escola.- Pegando a mochila voltou a dizer.- Vou indo na frente que preciso encontrar uma amiga.

Math não respondeu absolutamente nada. Ficou parado por um momento sem entender a atitude de Angel, ela parecia tão doce e em um instante ter sido a mais rude. Ele não poderia também culpá-la, talvez ele tenha tocado em algum assunto inacabado.

Às vezes pensamos que, o amor da nossa vida sempre tem que responder de forma que não nos machuque, achamos que o amor da nossa vida é aquele que deveria trocar todos os seus sonhos para viver os nossos. Pensamos que o amor da nossa vida, tem que viver tudo aquilo que vivemos, mas quando notamos que nada disso é verdade, já é tarde. A tristeza de ver partir quem amamos com tudo que podemos, e ir embora é tão triste que começamos a nos perguntar, o por quê, no que falhamos? E a resposta é tão simples: Amamos tanto as pessoas, que acabamos esquecendo de que elas são como borboletas, que se perderem suas asas, morrerão.

Math sentiu a compreensão de que o novo não é como o velho. Sentiu o cheiro que ficou a mesma sensação que doeu no peito, foi de impacto a volta para terra com a voz de Angel:

- Você não vem?

- Ah claro, claro. - Colocando a mochila nas costas e seguindo em direção da saída do ônibus.

Math viu Angel sair na frente com aquele leve trotear, que mais lhe dava vontade de correr e abraçá-la, porém, não tinha tamanha intimidade para fazê-lo. O tamanho da melancolia que tomava conta de Math era como sussurros que vinham do escuro de sua alma, ou comparado a uma chuva de vidros dentro de seu peito, cortando pedaço a pedaço aquele fio de sorriso.

É tão bom morrer de amor por alguém e continuar vivo. Mas isso não basta. Você sabe que não é o suficiente, porque quando se ama, é necessário morrer todos os momentos e ressuscitar em todos os segundos por alguém. Um breve momento é extinguível é esquecível e Math via tudo aquilo escorrendo pelos seus dedos, e aos poucos por seus olhos.

- A vida continua como a cada topada que já dei na vida.- Sussurrou o garoto.

O estranho é que aquele momento, mesmo que parecendo insignificante foi tão importante e marcante. Foi uma fagulha que acendeu uma chama que parecia nunca mais ter fim.

Math continuou seguindo de cabeça baixa e às vezes olhando entre os cantos, pessoas romanticamente se olhando, entre outros amores já vividos, se beijando. Às vezes é tão doloroso ver outras pessoas com seus amores e você sozinho ou até mesmo na ansiedade de não mais suportar viver só por aquilo. Mas cadê? Math estava só no inicio de uma louca ou talvez uma insana e dolorosa paixão.

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