sexta-feira, 14 de maio de 2010

15

Quando o garoto estava indo sentar, soltando as mãos dos apoios de cima, o ônibus passou por um buraco que fez Math se desequilibrar e cair bem sentado ao lado da garota loira.
- Math ?.- Perguntou a garota.
- Angel?.- Perguntou também Math que praticamente estava com a cabeça no colo da garota. - Sim, ainda sou eu, haha!.- Respondeu a garota.
Que grande papel de bobo Math fez naquele momento, como podia ele achar que logo ali não seria Angel? Era obvio o seu lindo cabelo loiro que refletia como o sol sobre uma janela de vidro, sem dizer dos seus olhos verdes que mais pareciam duas pedras brilhantes que delicadamente iram se quebrar. Math ao se levantar e se ajeitar no banco, pode notar o leve traço da boca de Angel, que o atraia naturalmente. Ele queria tanto saber o gosto, queria tanto poder não só ficar olhando, mas segura-la pela nuca e lentamente tocar lábio a lábio, língua a língua, como se em um louco desejo de se jogar do alto de uma pedra, que pulasse caindo no infinito, sem morrer.
- Esta tudo bem Math?.- Perguntou Angel sorrindo e logo continuando.- Esses motoristas de ônibus as vezes se esquecem que existe pessoas dentro.
Math ficou por um tempo paralisado, como ele achava incrível a forma em que Angel comentava. Pensava "Mesmo dizendo algo bobo ela fica tão linda". Mas logo voltando a si, respondeu:
- Esta tudo sim.- E sorrindo volto a dizer.- É, verdade, são loucos.
Por algum tempo ambos se calaram. Angel realmente parecia um anjo, era tão bonito o seu olhar perdido pela janela a fora, observando o passar rápido das coisas, das casas e das nuvens que pareciam acompanhar seus olhos em movimentos.
O que dizer, em um momento em que olhar basta? O que seria mais interessante em todos os momentos da vida de Math, do que ficar olhando alguém que lhe deu o sopro de vida?
A cada olhar de Math para Angel olhando pela janela, era como milhões de fotos sendo registrada em sua mente. E a sensação de borboletas no estomago era como um gostoso deitar na areia da praia, bêbado.
Math observou que a mão de Angel estava por cima da mochila que levava no colo e sem se conter alisou rapidamente o dedo sobre sua mão.
- O que foi.- Perguntou Angel.
- Nada.- Respondeu Match.
Se calaram novamente, até que Math perguntou:
- Quantos anos você tem?
- Tenho 16 anos.- Respondeu Angel, e logo perguntando.- E você?
- Também.- Respondeu o garoto.
- Eu preciso te dizer uma coisa Angel.- Disse Math cujo coração quase saltou pela boca.
- Pode dizer Math.- Respondeu Angel com um olhar tão doce que Math não viu, mas se visse se derreteria.
- Eu sonhei com você.
Naquele exato momento, Math viu Angel se corar. Ele sabia que palavras são como flechas sendo atiradas em direção as pessoas. Como a pobre garota não se coraria? Math tinha a certeza de que toda garota por mais que negasse gostaria que algum rapaz sonhasse com ela.
Disfarçando a timidez Angel perguntou:
- Por que você mente?
E seu olhar de tímida começou a mudar para um olhar triste que ofuscava seus olhos.

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